Não é fácil viver a realidade,fazer o que pode com o que tem,da melhor forma possível. Ah a realidade, ela está na nossa frente, ela não é contornável mas intransigível, mesmo que tomamos substancias alucinógenas ou equivalentes, é inescapável, quando mais fugimos dela, mas ela está intrínseca em nos.
A realidade é assim, só podemos escolher lidar com ela diferente todos os dias, mas ela sempre estará na nossa frente, na maioria das vezes para dar um rasteira e dizer quem manda em tudo.
A realidade é abusiva, ela não quer saber de nada, ela mesma já sabe tudo realidade tem um regime totalitário, comanda tudo de si mesma, não importa nada pois ela é si mesma.
Infeliz daquele que se ilude querendo se eximir da realidade, sempre haverá o momento em que o tempo da realidade irá consumi-lo de maneira tão absoluta, que não restará mas nada e nem nenhuma maneira de resistir a realidade.
Fevereiro
Escute só,
isto é muito sério.
Anda, escuta que isso é sério!
O mundo está tremendamente esquisito.
Há dez anos atrás o Leon me disse
que existe uma rachadura em tudo
e que é assim que a luz entra,
não sei se entendi.
Você percebe alguma coisa
da mistura entre falhas e iluminação?
Aliás, me diga,
você percebe alguma coisa de carpintaria?
Você sabe por que foi que
meteram um boi naquele estábulo
ao invés de um pequeno rinoceronte?
Deve ter tido alguma coisa a ver com a geografia.
Ou com os felizmente
insolucionáveis mistérios
que só podem vir do misticismo asiático.
Um boi é um bicho tão … inexplicável.
Ainda bem!
O amor é um animal tão mutante,
com tantas divisões possíveis.
Lembra daqueles termômetros
que usávamos na boca
quando éramos pequenininhos?
Lembra da queda deles no chão?
Então!
Acho que o amor quando aparece
é em tudo semelhante
à forma física do mercúrio no mundo.
Quando o vidro do termômetro se quebra,
o elemento químico se espalha
e então ele fica se dividindo
pelos salões de todas as festas.
Mercúrio se multiplicando.
Acho que deve ser isso
uma das cinco mil explicações possíveis
para o amor.
Ah é! Eu gosto de você!
A luz entrou torta
por nós a dentro, mas, olha,
eu gosto de você!
A luz do verão passado
quebrou o vidro da melancolia
e agora ela fica se expandindo
pelas ruas todas,
desde aquele outro lado do Sol
até esse tremendo agora.
Hoje ainda faz bastante frio.
As cinzas ainda não aterraram
sobre as cabeças disfarçadas.
Tem gente batucando
suor e cerveja
pelas ruas da nossa cidade sul.
E na cidade norte,
há ondas de sete metros
tentando acertar no terceiro olho
dos rapazinhos disfarçados de cowboys.
[suspiro]
O mestre ainda não veio
decretar o começo da abstenção
e ... olha,
a luz ainda está conosco.
Sim,
o mundo está absurdamente esquisito.
Já ninguém confia
nas imposições dos perfeitos.
A esta hora na terra é um tanto carnaval,
um tanto conspiração,
um tanto medo.
Metade fé,
metade folia,
metade desespero.
E, provavelmente,
a esta hora,
uma metade do mundo está vencendo
e a outra metade dormindo.
Há ainda outra metade
limpando as armas,
outra limpando o pó das flores.
Mas, por causa do que me ensinou o místico,
eu acredito que agora exista alguém
profundamente acordado.
Alguém que esteja vivendo
entre o intervalo tênue
entre o sonho e a agilidade.
Suponho que ele saiba perfeitamente
que este começo de século
será nosso batismo do voo
para nossa persistência no amor.
João molhou a testa de Emanoel.
Os gritos das ruas
molham as testas de nossos corações.
De que lado você está,
eu não me importo!
De que garfo você come?
de que copo você bebe?
que posto certo você escolhe?
qual é seu orixá?
seu partido?
sua altura?
de qual de suas cicatrizes você cuida?
que pássaro você prefere?
quem é seu pai?
qual é seu samba?
Pinot noir ou Chardonay?
que protetor você usa?
qual é sua pele?
seu perfume?
qual político?
quantos amores você sonha?
em que Fernando?
em que Ofélia?
em que cinema?
em que bandeira?
em que cabelo você mora?
Qual dos túneis de Copacabana?
Reze para seus santos quando atravessar.
É… é impossível
viver no país de Deus.
Isso eu te dou de barato.
Mas, atravessar o gramado de Deus em bicicleta,
isso não é impossível, não.
Escuta, isso é sério!
Andamos crescendo juntos,
distraidamente.
As árvores crescem conosco.
Nossa pele se estende,
nosso entendimento teso, também!
O século cresce conosco.
O amor pelas ventas da cara do mundo,
também!
Quanto a um pra um
entre nós dois,
isso logo se vê.
Não sei nada sobre a paixão,
suspeito que você também não.
Mas, começo a entender
que o compasso da fé
está mudando a passos largos.
Dois pra lá e dois pra cá.
Portanto, escute.
Isto é muito serio!
Isto é uma proposta aos trinta anos.
Agora que o mercúrio
assumiu sua posição certa,
vem comigo achar
o meu trono mágico
entre a folhagem.
E, no caminho até lá,
vem dançar comigo, vem!
Matilde Campilho*
Uma das definições que mais se aproxima de mim é:
Eu sou uma flor na beira do vulcão, ao mesmo tempo frágil e sensivel, resiliente,corajosa,pespicaz e perservante as interperies insalubre e imprópria a sobrevivencia também sou o próprio vulcão em erupção de intensidade,que devora por dentro e por fora,apesar de muitas vezes a ciencia dizer convicta que está inativo,de repente pode se ativar e assim tudo que estiver ao seu redor,tem que se adaptar a sua intensidade.
Mas já lhe disse que essa questão de heroi(na), não existe na vida real. O que pode acontecer é você anular-se e perder tudo, tentando mudar alguém. Mas ninguém muda ninguém. Pelo contrário, você é que vai se perder, querendo encontrar essa pessoa idealizada que só existe na sua cabeça.
Eu me entorpeço de lacunas ou de excessos,
Tenho teorias sobre as minhas angústias e solidão
A minha felicidade não tem precedentes e nem fim
Sempre me entrego por total
Uma intensidade incomum
Nesse mundo onde está cheio de mãos a se intrometer
Sou uma única intenção e caráter
Numa sociedade cheia de mediocridade e muitas
máscaras e covardias
Não sou equilíbrio
E nem me importa em ser
Deixo isto para a balança
Sou um caos brando e tempestuoso
Depende de como você me desperta
Assim como o amor ou o nada.
Entre
Nesse caminho que é até chegar ao seu corpo
Sou andarilho aprendiz e um pouco louco
Não me satisfaço com pouco
Por que sabemos que isso tudo é um estouro
As suas pernas se abrem e foco no teu cheiro
Entre o movimento derradeiro dos teus braços e seios
Enquanto se ajeita para que nossos lábios se toquem.
Aí vejo o arrepio e sinto que está por um fio
Me lambuzo todo logo
Você não encontrará a pessoa certa para se relacionar seja qual for a relação,isso é o principio da realidade da vida adulta de Sigmund Freud,tal princípio opõe-se ao princípio de prazer,o qual conduz a criança a buscar o prazer e evitar a dor sem restrições.
A maioria das pessoas,ainda não compreenderam essa diferença e não fizeram essa passagem,são adultos no corpo com a mentalidade de criança.
Então vamos focar em evitar o maximo possivel as pessoas erradas.
Comece onde você estiver,use o que você tem disponivel,faça da melhor maneira possivel,não por ninguém ou por algo,mas por si mesmo.
A leveza e dureza de ser o que você é,viver a sua realidade,é a única opção para você ser feliz de verdade nessa vida,quando você tiver essa consciencia,cuidado para não ser tarde demais e tome posse dessa oportunidade.
Desde a infância, somos condicionados a buscar a aprovação externa, aprendendo a depender da validação alheia através das reações dos nossos pais. Essa busca constante por agradar, inclusive a estranhos, aprisiona-nos socialmente ao longo da vida. A ênfase na validação social e na imagem projetada resulta em indivíduos com desenvolvimento pessoal comprometido. Frequentemente, renunciamos aos nossos sonhos, desejos, por receio do julgamento externo, embora a consideração pela opinião alheia facilite as interações sociais e a inserções a grupos. Entretanto, a busca incessante pela aprovação alheia é prejudicial e desnecessária; a preocupação excessiva com a opinião dos outros consome energia mental e impede a realização pessoal plena. Em resumo, a maioria de nós demonstra uma preocupação excessiva com o julgamento alheio. Atribuímos uma importância exagerada à aprovação social e nutrimos um medo irracional e desproporcional da desaprovação, da crítica e da rejeição. Em vez de seguirmos um caminho alinhado com nossos talentos, aptidões e desejos, acabamos nos conformando com as expectativas dos outros, ou pelo menos com a aparência delas: o cargo que ocupamos, os bens materiais que possuímos, o saldo da nossa conta bancária, nossa aparência física, nossas escolhas de vestuário e o status das pessoas com quem nos relacionamos. Essas são as coisas que trazem a validação que muitos almejam. No instante em que permitimos que nossa felicidade dependa da validação externa, cedemos o controle sobre nosso estado emocional. Com essa perspectiva, sentimos euforia quando agradamos aos outros, mas, quando não o fazemos, ficamos tristes e irritados. Principalmente nos dias atuais, com a influência das redes sociais, muitas pessoas priorizam a aprovação alheia, buscando constantemente a atenção e o reforço positivo. Isso se torna, então, uma necessidade para a felicidade, dependendo inteiramente da opinião daqueles que se tenta impressionar.