Setembro

Setembro

Setembro

O tempo muda

muda a estação

A vida nos empurra para a transição

Da inércia do inverno

Para o calor do verão

Que nos coloca em movimento

E o verbo desabrocha

Ensina-nos a ser mais como rosas

Lançamos luz no passado frio

E escolhemos florir na coragem

Na passagem

De um tempo cinza para outro

Aceitamos o novo

Aprofundamos a visão

Mergulhamos no mar imenso

Da nossa própria solidão

E nos sentimos fortes inteiras,

À nossa maneira

Sorrimos à toa,

Debochamos do que passou

Nos reconhecemos transitórias

Nos descobrimos notórias

Em cada verso, cada pensamento, cada momento

Setembro tem disso

É ritualístico, tem cor amarela

Recebe a primavera

Faz florir onde antes não havia possibilidade

Setembro tem essa personalidade

Por trazer a primavera traz a esperança

Por ser esperança nos embala na dança

Nos prepara para o renascimento

Tempo de fins e recomeços

Novos começos de luz e amor

Onde fatalmente buscamos ser mais

Como flor.

Aline Rafaela Lelis

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A menina forte

Gosto do jeito dela Da naturalidade de me contar os sentimentos mais intensos de uma maneira simples, Da abertura espiritual e da paz interna que transmite aos seres esteriores. Suas fragilidades não são mascaradas e isso é prova de uma força inigualável, Postura rara, admirável. Calma e sensível, Espinha ereta e corpo longícuo: É um conjunto de elementos que demonstram sua força, mas ela não faz força pra isso ~simplesmente é~

Keroll (18/08/15).

Sentir > Dizer.

Sentir > Dizer.

Ir de encontro a si mesma é transcender-se. 

Eu transcendo e me transformo. 

Tomo para mim as formas mais bonitas e sinceras.

 Hoje amanheço flor. 

Amanhã anoiteço amor.

 Quero florir a cada suspiro calmo entre um abraço e outro. 

Quero ver as coisas retomarem sua ordem sem pressa.

 Cada coisa no seu lugar como tem que ser. 

E minha vida vai florindo a cada passo que dou em direção a mim mesma.

Aline Rafaela 

(Escrito em 2014)

Ei, venha me contar qual “A novidade” você esconde por detrás dos seus olhos, dos pensamentos que por pouco não escaparam à sua boca. O que havia eles para dizer? Entre nós não há entendimento, não me sinto envolvida por mais nada em você, a não ser pelo apego ao passado.

Não faz muito tempo, pensava que não poderia viver sem o seu amor, chorava desesperada no seu colo dizendo “Tenho sede”. E, minha sede era de amor.  Não sei o que pode ter me ocorrido, mas minha sede neste momento é de mar. Tenho sede de navegar. Por isso é que estou refazendo tudo, “Refazenda” toda minha vida, realçando os detalhes antes omissos. Não sou mulher de se apegar fácil e morrer de amor. Quando a vida fere, nenhum mágico interferirá. Eu feri e fui ferida, mas com o tempo a gente volta a brilhar, questão de dá um “Realce” nas prioridades de nossas vidas. Posso até não ser compreendida, mas se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais.

O momento é de separação, mas vida é mesmo assim. Houve um tempo que acreditei por nós dois, no nosso amor. Agora é sua vez. Dizem que o verdadeiro amor é vão. Se você conseguir entender que a minha busca sempre será pela paz. E “A paz” está dentro de mim, preciso juntar meus pedaços para voltar a acreditar em mim, em ti e em nós. Só assim poderei te olhar novamente com a mesma ternura, com verdade nos olhos e amor no coração. Por isso vou descobrir onde habita meu coração e acredito que pode ser na beira-mar. Quero fitar o infinito azul do mar e me encontrar a cada onda que chega mansa até a praia para molhar meus pés descalços.

E dessa viagem, levarei apenas uma certeza, de que o tempo transforma tudo, as velhas formas de viver e amar. Por isso, não me iludo, tudo permanecerá transcorrendo, em todos os sentidos. 

Aline Rafaela

(Escrito em 2014 - alusão a Gilberto Gil - Unplugged)

White. What?

Bunda de mulata?

Não existe mais essa parada.

Gosta do meu estilo afro,

Mas não aceita meu passado.

Diz que essa coisa de cor não existe.

Eu sei, é verdade.

Mas depois vem me dizer que 

Adora minha cor chocolate?

White. What?

Foi ao Brooklyn e não curtiu, 

Diz que os brother não foi gentil

Que se sentiu acoado

Enquanto devia ser coroado.

White. Once more. What?

Afinal, você é um branco descolado, 

Que adora música black e uma preta do seu lado

O que você precisa entender

É que tem coisa 

Que não está no sangue

Está na vivência e convivência constante

White. I repeat. What? 

Não venha me impor suas regras

E suas verdades triunfantes

Dê chance a si mesmo 

De ir mais fundo nesse lance

E entender que o que você aprecia,

Pode ser o que o outro experencia

Como forma de resistência

Consciente ou inconsciente.

Portanto, 

Muito cuidado ao dizer 

O que não sente

E muito menos compreende. 

White. What? 

You did not feel on the skin, the indifference in the eyes of a similar.

Aline Rafaela

Amor sem fim

Bela sempre gostou de dormir depois de observar o céu. As estrelas parecem sinalizar alguma coisa. Acalmar o coração. Fortalecer as ideias. Quando ela olha para o céu da sua janela, há sempre uma estrela que chama mais a atenção. E é aquela estrela que dá o recado. Ela fecha os olhos e sente no coração uma voz mansa a dizer; “vai dar tudo certo preta, você não está sozinha! Paciência!”.

É para as estrelas também que ela pede proteção para o seu amado. Há vidas eles amam. E a cada vida esse amor amadurece. Não tem como duvidar que eles viveram outras vidas juntos. Ela o sente no coração como se sente a um irmão. Um irmão de alma. E ele a sente no coração com a ternura que as almas afins sentem uma pelas outras.

Há anos os dois não estão mais juntos. Há anos eles não se veem.  Mas ela nunca deixou de pensar nele, muito menos ele nela. Outro dia Bela abriu sua caixa de e mail e leu: “Quantas vezes você me visitou em sonhos... ora sorrindo, ora calada. Um amor assim não é em vão. Nós ainda vamos nos reencontrar”.

Bela leu o e mail e pôs a  imaginar a visita onírica ao seu amado. Ela aparecia para ele como uma deusa. Toda de amarelo. Colares e braceletes de ouro, tiara enfeitando a cabeça. Flutuando, sorrindo, beijando seu rosto e desaparecendo subitamente. Outras vezes ela aparecia calada, apenas observando-o, séria. Quando Kako aproximava ela desaparecia. Pensou: “das vezes que o visitei calada devia estar angustiada. Pedindo por ajuda talvez”.

O céu escuro é um dos mistérios mais lindos para Bela. Quando ela caminha à noite pelas ruas estreitas de pedra sabão sempre olha para o alto. Gosta de contemplar o mistério. Pensa “como teria vivido às pessoas que habitaram este lugar há exatos 200 ou 300 anos?” A história a fascina. Bela sempre viveu no mundo da lua, tem dificuldade de lidar com a realidade objetiva. Vive sonhando. Acredita em portais, em espíritos e magia. Para ela existem mundos diversos, e quem tem o “dom” acaba vendo coisas que estão além da nossa realidade. Criaturas de outros mundos para ela circulam entre nós, e os mundos paralelos estão aí, para quem pode vê-los.

Bela sabe que seu amor não tem fim e que vai muito além da cultura. Por isso ela acredita no amor como uma força capaz de transmutar toda dor. Ela sabe que os finais são muito melhores que os contos de fadas, que o “viveram felizes para sempre” na verdade é: “então eles aprenderam a amar um ao outro incondicionalmente, e foram libertos para todo sempre do apego. Evoluindo pelo amor, suas almas enfim, se elevaram e eles viraram luz para todo sempre!”

Aline Rafaela


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ESCORPIÃO

Ele não é muito de palavras, e isso é bom, porque tenho aprendido que atitudes são muito maiores que discursos, e que ações são infinitamente maiores que promessas. Que bom que ele apareceu assim, silencioso, sem alarde, sem enfeites. Ele não ensaia intensidades, não dá para trás, não se deixa levar pelo medo. Na verdade, ele tem plena consciência que o medo faz parte. E se entrega com tanta verdade, e mergulha com tanta vontade... Ah... e o que dizer quando ele vai fundo... 

Esquecemos do mundo e nos abraçamos profundo. 

Aline Rafaela 

"Eu também tive um rio que secou. Também sou guerreiro e sonhador. Eu também sei cantar pra não gritar de dor".

- Sérgio Pererê

 Manoel De Barros 

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