O tempo corre no relógio
Mas não consigo compreender a sua passagem
Minha mente navega em um mar turvo
Enquanto meu corpo fica preso a realidade
Anestesiado e imóvel
Olho para o reflexo dos meus olhos
Diante o espelho do banheiro
Eles me parecem tão cansados
Que horas são?
Se tem uma coisa que eu faço demais (e que provavelmente não faz bem nenhum pra minha saúde mental) é ficar criando versões alternativas da minha vida — cenários que nunca aconteceram, mas que poderiam ter acontecido se uma coisa ou outra tivesse sido diferente. Exemplo: Às vezes eu penso em como teria sido conhecer os pais da minha mãe, num universo em que o meu avô não tivesse traído ela com uma prostituta. Nesse universo paralelo, talvez ela não tivesse largado os remédios da hipertensão e, quem sabe, não tivesse morrido daquele jeito que até hoje a minha mãe se recusa a chamar de suicídio.
O meu avô morreu alguns anos depois, de um problema nos pulmões. Tudo que sei sobre os dois são fragmentos — de um lado, as lembranças idealizadas que a minha mãe guarda; do outro, comentários aleatórios que o meu pai deixava escapar quando ela não estava por perto.
Às vezes me pego imaginando os dois cantando parabéns comigo, ao lado dos meus avós paternos, na minha festa de aniversário temática de Os Incríveis, com direito a brinquedão inflável e tudo.
Bem vinda de volta venlafaxina.
Eu só queria poder me isolar em uma cabana no meio do nada e sem internet. Eu quero sumir por um tempo.
A “autora” deste blog está aos poucos esquecendo de como se faz para se comunicar com pessoas... E cada vez mais cansada de tentar aprender a se comunicar com computadores. Sinto que meu cérebro é tão bruto que não consegue compreender como um monte de palavras desconexas se transformam em sistemas complexos.
Para o meu cérebro que funciona a base de procura de prazer imediato e Ritalina, é mais fácil aprender chinês para poder trocar uma ideia com um chinês nativo do que virar programadora sênior em Java.
i think if nick valensi died i would post something similar to this
| ʙᴇꜱᴇʀᴋ ᴠɪᴀ ɪɴꜱᴛᴀɢʀᴀᴍ